Eu não apostaria as minhas fichas nisso, já existe uma espécie de culto a personalidade em torno do Bolsonaro, a não ser que ele pise no pé da burguesia ou quebre o pais completamente, ou seja, se ele for um novo Collor.
Mas não é justamente o momento do PT se aproximar dos pessoas que não votaram nele para tentar conseguir mais votos?
Esse aqui é de 2016, provavelmente já passamos a barreira dos 30%:
datafolha.folha.uol.com.br
Bem, errado ele não está…
Note-se que quem mais recorre a leis de calúnia e difamação são justamente os mais canalhas. Ciro tem mais de 70 processos desses, só por causa de insultos baratos, e os acusadores são justamente os Temers, Cunhas e Dórias da vida.
Este mal uso de um mecanismo supostamente democrático não é exceção mas também não é proposital, mas isso é irrelevante porque ele é inevitável. Um sistema corrupto quase sempre favorece os corruptos, inclusive e especialmente em se tratando de medidas anti-corrupção. Vide Lava-Jato e Mãos Limpas. Esta última já foi desqualificada por um de seus líderes, pois não fez nada para diminuir a "quantidade" de corrupção, e pode até ter aumentado, pois foram justamente os mais corruptos que conseguiram se safar e lucrar com a queda de rivais. Mudou todo o cenário política, mas não fez chongas para debelar a corrupção. Sabe o Berlusconi? Foi pego pela Mãos Limpas, julgado… e inocentado. Pouco depois, concorreu para primeiro-ministro com um "selo de garantia"de inocência e ganhou seu primeiro mandato. De brinde, o povo ficou ainda mais alienado da política, e esta ficou ainda mais despolitizada. "Farsa" é uma analogia que está sendo mais e mais usada pelo mundo, e não é à toa.
Consta, o tal juiz italiano, Gherardo Colombo, passou pelo Brasil quase exatamente um ano atrás, a propósito de um fórum sobre a Lava-Jato, do qual também participou o superstar Moro em pessoa. Você provavelmente não viu este fórum ser alardeado pelas tietes da Lava-Jato na mídia, e com razão. Se Moro esperava elogios ou ao menos votos de simpatia do italiano, saiu muito decepcionado. Colombo criticou (muito educadamente, entenda-se) o abuso de prisões cautelares, deixou implícito que isto ocorre para forçar alguém a delatar, e, o pior, o fato do juiz da investigação também ser o da condenação é uma anomalia. Colombo já estivera uma vez no Brasil antes, em 2016, também a respeito da Lava-Jato, e no regresso dessa viagem, disse à boca pequena para seu amigo, que por acaso é também amigo de Lula e revelou o sussurro do italiano: "Se a Mãos Limpas tivesse se portado como o juiz Moro, nós é que teríamos acabado na cadeia". E la nave va.
tl;dr: Mãos Limpas não fez porra nenhuma para baixar a corrupção, mas mudou completamente o cenário político da Itália, e o maior beneficiário foi Berlusconi. Lava-Jato não vai fazer porra nenhuma para baixar a corrupção, mas já mudou o cenário político do Brazil, e o maior beneficiário é Bolsonaro.
Anão, eu sei que é meio tentador o mentecapto ganhar e arruinar a legitimidade da direita brasileira pelas próximas décadas, mas você tem que ver que, para quase todos que não são homens heterosexuais brancos, a coisa vai ficar feia. O Bozo nem eleito foi, e seus palhacinhos já estão atacando detratores, gays, negros etc. Dependendo de quem são e onde vivem, pode ser até questão de vida ou morte. Sem falar no retrocesso econômico.
Não estou vendo. A Veja parece estar peitando, já que tem história com ele, mas a Globo inclusive ignorou os protestos #EleNão.
huehuehue, legal ver termos assim na campanha. Outro dia, uma notícia sobre os carnes-de-pescoço que depredaram a homenagem a Marielle, usaram "esquerdopatas". Essa, fazia tempo que eu não lia. Só lembro da época do Diogo "eu era fã da Lava-Jato até ser delatado nela" Mainardi Reinaldo "li toda a obra de Sócrates" Azevedo. Eles tinham esses chavões que nunca entendi. Esquerda festiva eu acho que entendo, é sobre os protestos e demonstrações públicas, acho. Um que eu nunca entendi foi "tocador de tuba".
Não vai acabar porque vai acontecer. Você não tem visto quantos generais estão botando as manguinhas (de pijama) de fora? Um chamou o Ciro de cão sarnento e ainda fez ameaça após este ter criticado Bozo. Outro, ligado ao coiso, disse "Os livros de história que não tragam a verdade sobre 64 precisam ser eliminados". E o Mourão, só falta pendurar um outdoor na própria testa dizendo que ele quer dar golpe.
É o famigerado efeito Dunning-Kruger. Um bando de idiotas que seguem em uma carreira cuja única virtude é obediência ficam coçando o saco a vida inteira, nunca viveram um minuto de combate, sustentam-se às custas do erário público, e ainda acham que sabem dirigir um país. PQP, é a vingança dos contranerds.
Bem que eles podiam ao menos fomentar uma denominação protestante decent, tipo quacres ou universalista. Mas não, tem que ser pentecostalistas e neopentecostalistas. O Brasil tem uma aptidão incrível para copiar as coisas ruins dos EUA e ignorar as boas.
I can't believe I didn't notice the Frank Furtschool analogy before. Olavo had been using Fóro before Americans dredged Frank up.
E eu, muito inocente, acreditava que a eleição de Trump seria o marco histórico da falência da democracia liberal. Agora o Brasil-sil-sil pode ter essa "honra".
BOLSONARO JÁ GANHOU, CAMBADA DE PARDOS SUJOS!
O SONHO VERMELHO DE VOCÊS ACABOU, BUNDEIROS DEGENERADOS!
MELHOR JAIR ARRUMANDO UM EMPREGO, MERDESTINOS!
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Surpresa!
E ainda tem quem duvide que vai ter golpe? O poder judiciário foi o veículo dos golpes na América Latina destas últimas décadas, pois é terreno fértil para a direita, sendo completamente protegido de toda e qualquer participação popular.
Aliás, só há pouco percebi uma diferença óbvia entre os golpes na época da Guerra Fria e os atuais. Golpes são reacionários no sentido literal da palavra, pois sempre ocorrem por conta dos donos do poder sentindo este esvanecer, mesmo que não esteja; a defesa do privilégio é o motor da ação direitista. Por isso quase todos os golpes na Guerra Fria vinham da direita, geralmente contra um governo minimamente favorável ao povo, às vezes para "tomar as rédeas" de um governo liberal tido como incapaz de conter o povo. O traço comum a todos eles é que não bastava tirar os indesejáveis do poder, mas colocar um guardião da burguesia como ditador, para evitar que os indesejáveis batessem de volta.
Findada a Guerra Fria, e não havendo alternativas ao capitalismo, os golpes agora são bem menos trabalhosos, quase sem violência, e, por isso mesmo, mais corriqueiros. Não há a necessidade de proteger o Estado de uma ameaça da esquerda, logo um golpe é apenas uma "correção". O eterno ciclo de eleições inúteis é talvez a fonte mais importante de legitimidade da democracia liberal, e sua suspensão pelos golpes antigos em favor de um ditador era, obviamente, uma tirania aberta, um fator que podia desetabilizar a situação ao invés de corrigi-la. Não mais havendo forças de esquerda para retrucar, a burguesia pode se dar ao luxo desse golpe light. Na eventualidade do ciclo eleitoral deixar passar alguém que queira alterar o status quo, basta derrubá-lo e deixar o ciclo eleitoral seguir em frente, e tentar apagar este "triste episódio na história nacional". Não há necessidade de ditador, bastando apenas a polícia para debelar protestos, que não duram muito. A nova necessidade que substitui a implantação de uma ditadura é legitimar, ou melhor, "legitimar" o golpe através de invencionices legais. Logo, oficialmente, não houve golpe, apenas uma, digamos, intervenção extraordinária ou alguma outra baboseira. O presidente interino restabelece o controle elitista sobre o Estado, em breve há uma nova eleição pra presidente, e c'est fini. A burguesia força o retorno da rotina para fingir que o não-golpe foi perfeitamente legal. A comunidade internacional resmunga um pouco mas aceita, e protestos logo cessam, completamente desmoralizados, pois as vestes falsas da legalidade sequer permitem que se chame de golpe palaciano. É um novo tipo de golpe, ainda mais insidioso, e deveria ter um nome próprio. Lembro-me que, quando houve o golpe em Honduras, os pulhas da direita brasileira estavam falando em "golpe constitucional", sem a menor ironia. Um golpe para salvar a democracia! Lembra daquela mítica citação da Guerra do Vietnã? "Foi preciso destruir a vila para salvá-la"? Pois então.
Note-se que a "legitimação" é uma tarefa natural para, ora pois, o judiciário, baluarte da direita moderna. Queria lembrar-me do nome do sujeito que teve este insight lá no começo deste fenômeno, mas infelizmente não consigo. De qualquer modo, ele predisse: o judiciário será a ponta de lança dos novos golpes da direita (perdão pela redundância) na América Latina. Acertou na mosca. A exata mesma coisa aconteceu depois no Paraguai. Foi tão corriqueiro que eles até deixaram o presidente deposto livre e elegível para senador na próxima eleição. Esses golpes tornaram-se banais, um mecanismo simples para derrubar algum presidente que ouse sequer olhar para a esquerda, sem (muito) dano à legitimidade democrática.
Francamente, este novo tipo de golpe não parece ter qualquer contra-medida, na atual conjuntura de uma esquerda mundial comatosa. Na improvável hipótese de os protestos resistirem à normalização do golpe, eles serão tachados de desordeiros e golpistas, e a população em geral acredita. Estes neo-golpes são uma arma contra a qual a esquerda, para não falar da democracia e do povo, está completamente indefesa. É mais um sinal de que a democracia burguesa está falida, o que pode ser claro para nós mas que ainda demorará muito para tornar-se senso comum, e nesse intervalo, surgirão os tais "sintomas mórbidos" cada vez piores, dos quais Bolsonaro é o mais novo (e mórbido). A coisa vai ficar muito feia antes de melhorar, como sempre digo.
A esquerda deve passar prontamente a defender a suplantação da democracia representativa pela participativa e direta como uma de suas propostas mais imediatas. Em termos práticos, extingüir o poder legislativo e substituí-lo pelos tão afamados concelhos, um primeiro passo no caminho de colocar o povo no poder que, espero, talvez seja possível mesmo dentro de um Estado burguês. Quanto antes a democracia liberal for eutanasiada, melhor para a humanidade. O que obviamente exclui a burguesia.
Writing in English so more people can read.
Does someone here have experience making infographs or collages or montages? I think I can write some good material about the Brazilian elections in order to spread before the fateful day, but I know jack shit about making a visually appealing image. I intended to make several small pics instead of one big-ass column, with each pic to a separate topic.
Mais surpresa!
veja.abril.com.br
Importante notar que esse Bretas já mostrou apoio a Bolsonaro na internet, embora depois tenha DELETED EVERYTHING. Vide o segundo link do post citado.
Bela isca, jubileu.